24 de julho de 2010

E no final tudo se ajeita :D

Hoje estava conversando com meus pais sobre filhos. Conversa normal, se não fosse por um detalhe, eu sou louca para ser mãe e não poderei ser do modo convencional. Acredito que isso não mexe somente com meus sentimentos, mas com os dois que me geraram também.

Um pouco antes dessa conversa eu perguntei pra minha mãe quando foi que ela sofreu mais no hospital, e ela me disse que foi no dia que me viu ruim e não pôde fazer nada. É quase essa a situação.

Eles me fizeram, cuidaram da forma que acharam que parecia a melhor. Se houve falhas, foi na tentativa de acertar. Não culpo ninguém por nada que aconteceu comigo. E eles por um momento estavam ali conversando sobre algo que eles conversam há vinte anos.

Imaginei minha mãe grávida, meu pai preocupado com ela. Ele disse sobre a rubéola que ela teve. Sobre a luta que eles tiveram comigo mesmo eu sendo um grão de areia. Imaginei a angustia que eles sentiram, mas também a felicidade de saber que eu vinha ao mundo com saúde, que eu tinha sim braços e que a luta que tiveram não foi em vão.

Por alguns instantes se passaram várias cenas em minha mente. Era passado, presente e futuro tudo se juntando. E aquilo tudo foi se mesclando, e quando eu vi estava em silêncio e meus pais cada um olhando para o outro. Aquele olhar dizia muito.

Quando eu tinha dezesseis anos descobri que meu útero é grande, desde lá venho lutando para não retirá-lo. Já fiz diversos tratamentos, várias opções de tratamento, já fiquei internada por conta de hemorragia, e outras diversas complicações.

E essa minha luta já foi longe demais. E o pior que essa luta não é só minha, é da família, dos amigos, dos médicos. Já chega! O que eu pude fazer eu fiz, o que dava pra ser feito foi feito, mas agora não tem mais saída.

Eu tenho lúpus, e esse é um dos motivos que meu útero tem esse “pequeno” problema. Como lúpus não tem cura, como já luto há 4 pela salvação do meu órgão, e não obtive bons resultados, esta chegando a hora de arrancar ele de mim.

E essa decisão não é fácil, aliás, é bem mais difícil que parece, acredite!

Tudo bem, para algumas pessoas ele é apenas mais um órgão do corpo humano, e para algumas mulheres o órgão que mais enche o saco por que “descama” a menstruação. Mas, tudo existe os dois lados da moeda.

Sim, eu me irrito com ele. Sinto dores terríveis, parece que estão arrancando algo de dentro de mim, e de fato esta saindo algo muito estranho. Sinto um incômodo terrível, já fiquei naqueles dias seis meses. Sim, mulheres seis meses, mas passou. Já fiquei internada várias vezes por conta da menstruação e enquanto estava no hospital, me revoltava, por que tanta coisa pra fazer eu lá internada por conta de menstruação. E o que mais me indignava era que esse período era “publico’ entre minha família, por que todos ficavam tensos, por que caso a coisa ficasse forte eu teria que correr para o hospital.

E por sinal, isso aconteceu há alguns dias. Fiquei sete dias internada por conta de uma pontada de pneumonia e hemorragia forte. Ou seja, não tenha mais privacidade em relação a isso. Fiquei esses sete dias e tive que receber duas bolsas de sangue, acredito que esse caso foi o mais grave, e o que bastou para dar o ponto final.

Vou contar um negócio pra vocês. No ano de 2008 eu iria tirar meu útero. Mas, o meu plano de saúde não autorizou a retirado do órgão, disse que era nova, por não ter filhos, enfim, desculpas não faltaram. Ai eu continuei com o tratamento hormonal e o teimoso diminuiu um pouco. Lembro que a cirurgia eles iriam autorizar em março de 2010, sim, esse ano, e naquele momento parecia tão longe. Eu me preparei toda para fazer essa cirurgia. Lembro que fui ao supermercado e bati em vários absorventes e disse que nunca mais iria usá-los, santa loucura a minha! [risos]

Eu tenho um médico que eu confio até de olhos fechados. Toda vez que eu sentia alguma dor eu ligava pra ele, podia ser apenas dor de cabeça, eu ligava pra ele. E ele sempre me atendia de forma delicada, me chamando de trem, mas tudo bem. Eu confio demais no meu ginecologista, afinal, ele me colocou no mundo. Acredito que essa confiança surgiu desde o dia em que minha mãe o procurou grávida, e ele disse que, se ela quisesse mesmo ter aquela criança, ele faria o parto. Afinal, ela recebeu vários nãos, até endereços de clinicas de abortos.

Então como eu confio no meu médico, eu sempre deixei a critério dele, se for para eu fazer a cirurgia, que faça. Se for pra eu tomar remédio, eu tomo. E assim foi por esse tempo. Estava fazendo uso de anticoncepcionais e estava até dando certo, mas houve diversos contratempos em minha vida. E um desses me impediu de continuar com o remédio, e parar o tratamento. E justamente nessa mesma época, o medico que eu confio até de olho fechado teve um infarto.

E eu estava sozinha. Sim, digo sozinha por que não tinha mais aquele senhor simpático que entende minhas manhas e fala que vai me colocar no colo pra me bater e puxar minhas orelhas. Mas, como Deus é bom, o deixou mais tempo aqui com a gente, no entanto, impedido de exercer a profissão.

Eu estava no hospital com uma forte hemorragia e não tinha um médico. Precisei correr atrás de um. E qual eu encontrei me deu uma solução, era colocar DIU – Dispositivo Interno Uterino, mas também não deu certo. Por mais que aquele senhor que me visitou no hospital me passasse confiança, eu precisava do outro senhor, aquele que me trouxe ao mundo, por que ele sim me conhecia.

E ai chegou uma hora que nenhum médico sabia o que fazer comigo. Eu não posso nem sonhar em enfiar hormônio no corpo. Não posso sangrar mais. E agora? O negócio era fazer a cirurgia e retirar o útero. Mas, sempre esses “mas” da vida. Eu tomo anticoagulante e não posso ficar sem. Ou seja, eu sangro muito e o risco de fazer uma cirurgia naquele momento seria grande.

Eu via minha vida sendo discutida entre eles, e não podia fazer muita coisa, a não ser esperar. No entanto, não era só o risco da cirurgia que intrigavam os médicos e sim o “mínimo” detalhe, o útero serve para ter filhos, e eu não tenho nenhum ainda. Ai entrou uma questão que complicou ainda mais. Eles tinham medo, queriam que eu entrasse na justiça com um pedido para que eles me operassem. Por que mais tarde eu poderia processá-los por ter tirado meu útero, isso e aquilo. Sério, eu nada legal, perdendo tanto sangue a ponto de precisar repor, e eles falando dessa forma. Nessa hora eu sentia mais falta do senhor que me trouxe ao mundo.

Eles decidiram que eu preciso retirar meu útero por que a qualquer momento posso ter uma hemorragia mais forte que aquela e acontecer o pior. Eu só precisar ir lá pedir pro juiz entender isso. Justo o juiz que estudou para ser “frio” em seus processos, e eu precisava de alguém que tivesse sensibilidade e visse que eu não posso mais esperar.

Mas, Deus agiu de novo. Aquele senhor que eu tanto confio disse que não pode me deixar que não é agora no final que vou ficar sozinha. E que vai fazer minha cirurgia. Ele é outro anjo em minha vida. Como ele esta se recuperando um amigo dele vai fazer junto, mas esta tudo certo. Não preciso ir lá pedir pro juiz, ele sabe que entre minha vida e ficar aguardando pra tentar ter um filho, eu opto por minha vida.

Um dia ele disse que eu até poderia ser mãe, mas que teria que ter um preparo todo.Que minha gravidez seria de alto risco. Minha mãe já sugeriu que eu engravidasse antes de tirar. Já ouve várias discussões sobre isso.

Deve ser por que não é fácil. Sabe aquele olhar que meus pais deram, que citei no começo do texto? Foi por que eu nunca vou sentir o que eles sentiram. Logo eu que sou louca por crianças e fico fazendo palhaçada e cara de boba quando vejo uma. Essa é a preocupação deles.

Eu sou uma pessoa que sonhava em ficar grávida de gêmeos, uma menina e um menino, por que eu queria ficar grávida somente uma vez. E eu queria aproveitar como ninguém essa gravidez. Acho que seria daquelas grávidas que carregavam o exame que comprovassem na bolsa e se possível pregava na testa.

Não sei, por mais que eu acho que mulher grávida parece uma patinha, acredito que são as patinhas mais felizes do mundo. Não posso nem imaginar como é sentir uma pessoa dentro de você, um ser nascendo, crescendo e se desenvolvendo. Não tenho noção de como é a sensação de chutes que uma mulher sente, não sei como são os enjôos, os desejos, as manhas, e não sei mais o que se sente nessa fase.

Não sei imaginar como é sair pra escolher a roupinha do bebê e ele dentro de você parecendo que esta escolhendo com você. Não sei como é a sensação, se é frio na barriga do primeiro ultrassom, ou da curiosidade de saber qual o sexo da criança, não sei como é ser a protagonista das brincadeiras de um chá de bebê. E muito mais, não sei imaginar como é dar uma noticia de que se estar grávida. E acho que isso esta cada vez mais impossível de eu saber.

Confesso que por mais que quero ser uma profissional bem-sucedida, eu quero ser uma mãe maravilhosa também. Por isso eu digo que queria sentir tudo isso, e muito mais. Queria aproveitar fase assim de minha vida para comer coisas estranhas e ninguém achar ruim, ou ser apenas mimada.

E esse meu desejo que é medo de meus pais. Talvez essa dor se pareça com aquela que minha mãe sentiu, a incapacidade e me ver sofrendo e não poder fazer nada. Talvez eles estejam certos em ter esse medo. Talvez minha mente esteja já bem trabalhada. Talvez meu emocional já aceitou. Talvez meu racional esta trabalhando em cima disso. Talvez eu já aceitei. Talvez eu tenha dúvidas. Talvez eu tenha medo. Talvez, talvez, talvez... A vida falará por si só.

O que eu tenho certeza é que se os médicos disseram que essa cirurgia pode ser de alto risco, eu confio em Deus. Eu confio na equipe que estará no local, eu sei da competência deles, e sei que tudo que estará no alcance deles eles irão fazer.

Eu sei que quando eu tinha onze anos eu achava um absurdo algumas famílias terem vários filhos, sendo que existem vários crianças em orfanatos. Quer mais uma talvez? Talvez meu inconsciente já sabia que é lá que vou buscar um anjinho para alegrar minha vida quando eu achar que tudo estará parado demais. Tudo tem seu tempo certo. E pode ter certeza que quem me conhece sabe como eu quero meu amor maior :D

18 de julho de 2010

E o tempo levou...

Certo dia eu estava andando na rua saindo de uma consulta rotineira da cardiologista, e vi uma moça muito bonita com um lenço na cabeça. Pensei no que ela poderia ter tido para tão nova ter perdido os cabelos, como ela teria reagido aquilo. Não sei, mas tenho uma mania terrível de viver histórias que não são minhas.

Me imaginei no lugar dela por alguns instantes, até enquanto eu a via, pensei em muitas coisas, a dor que ela havia sentido,a superação, do que ela pensava sobre aquilo. Só que a “perdi” de vista e passou.

O tempo também passou. Muitas coisas mudaram. Minha vida já não era a mesma, meus sonhos já não eram os mesmos, meus planos já não tinham os mesmos focos.

Eu estava em um box da UCO – Unidade coronariana, e estava prestes a fazer uma pulso terapia, soroterapia, não sei bem nome, por que cada um me falava nomes diferentes. Um medicamento super forte esta para entrar em minhas veias através de vários sorinhos. E esse medicamento poderia mudar muitas coisas, no entanto isso ninguém havia me dito.

Eu fiz. Não vou dizer que senti aquele líquido entrando em mim, por que seria mentira. Foi tranqüilo, um rapaz bem simpático que por sinal é muito apaixonado por sua esposa e seus filhos, fez com que o tempo passasse rápido contando histórias de sua vida. Muito bonita a família, vale lembrar.

Logo mais tarde senti os primeiros sinais daquele remédio, mas agora vou falar só de um, talvez o mais visível.

Uns dias depois fui para o apartamento, como minha imunidade estava baixa, fiquei em isolamento reverso, que é quando as pessoas precisam colocar máscaras e luvas para entrar no quarto, para evitar levar “sujeira” para o paciente. Fiquei por lá passando por todo o processo que deveria passar. Mas, um dia eu vi que algo estava errado com meu cabelo.

Lembro que foi no banho. Minha mãe sempre estava comigo, ela me dava banho ás vezes, outras me ajudava apenas. E nesse dia eu lavei meu cabelo e quando fui penteá-lo, parecia que alguém havia cortado um pedaço dele. Assustei, quis chorar, quase me desesperei, mas minha mãe mandou eu ficar calma e conversar com médico.

Foi o que eu fiz, falei que meu cabelo estava caindo, que não estava gostando nada daquilo. Que eu queria um remédio para cortar o efeito, que eu não poderia ficar sem cabelo, que eu queria meu cabelo do jeito que era, questionei o médico até dizer chega. Ele disse pra eu ficar tranqüila que careca eu não ficava. Mas eu não fiquei tranqüila.

A cena do banheiro começou a ser freqüente, uma vez chamei a Carol, uma técnica de enfermagem que se tornou uma amiga, companheira fora e dentro do hospital. Ela também assustou, mas disse pra eu ficar calma e voltar a falar com o médico. Fiz isso, e ele me disse que eu precisava me importar com minhas pernas, que eu precisava focar minha atenção em voltar a andar, e não em perder cabelo. Levei uma bronca.

Mas, vai colocar na cabeça de uma mulher isso. Por mais que a situação era difícil, eu não conseguia focar apenas em voltar a andar, eu me preocupava com minha vaidade também. Eu não lembrava, mas havia alisado meu cabelo no meu aniversário, ele estava com um corte bonito, eu lavava e ele estava com um brilho, estava sedoso. Parece que nunca esteve tão bonito. Lembro que um dia o soltei, e deixei o dia todo daquele jeito, e recebi vários elogios, e fiquei toda feliz.

Os dias passaram. E eu cada dia perdia mais e mais meus cabelos. Quando meu médico viu tanto cabelo que estava caindo, foi na segunda vez que fui para o CTI ele desesperou e disse um monte de coisas. Disse que não sabia que isso iria acontecer que não estava acostumado com aquilo, que ele não estava dando conta de mim, afinal ele era neurologista e eu precisava de um reumatologista. Disse que eu estava escorregando entre os dedos dele, que ele não estava sendo capaz o suficiente para cuidar de mim, foi o dia que ele abriu o jogo comigo, isso foi no sábado da mesma semana que eu tive a parada. Nessa hora eu chorei.

Os dias passaram, foi a semana mais tumultuada da minha vida até hoje. Foi quando tudo aconteceu. E cada dia eu tirava um saco plástico de cabelo de minha cabeça. Não aguentava mais aquilo. Não era certo, justo. Eu que valorizava tanto aqueles fios compridos. Mas fui levando. Estava no CTI naquela semana, e lá conheci muitas pessoas, em especial uma técnica que me deu um apoio indescritível, a Shirley. Ela junto com a Ana Paula, fizeram um negócio comigo que é segredo, mas que naquele dia me animou bastante.

Teve outras meninas também do CTI que me ajudaram muito, citei o nome dela por causa de um fato interessante. Eu estava triste por conta do meu cabelo e ela chegou com seu jeito super simpática de ser e disse para eu raspar mesmo, que ela já tinha feito isso quando mais nova, só por que não tinha gostado do corte. Ela lembrou que ia a bailes com lenços, que não estava nem ai. Essa conversa com ela eu decidi, iria raspar mesmo.

Eu pensava já nisso, sempre fui muito 8 ou 80, não é bom, mas nesse caso não dava para sofrer todo dia. E outra, eu sentia uma queimação em minha cabeça horrível, parecia que pegava fogo. Muito esquisita a sensação.

Meus pais eram contra, falavam que talvez uma hora fosse parar de cair meu cabelo. Na hora que acabasse talvez. Não queria sofrer a prestação. Já tinha passado por tantas coisas, que estava consumida, queria felicidade e nada de sofrimento, buscava algo pra ser feliz. E pedi pra minha mãe comprar uma boina pra mim que até o final da semana eu estava careca, ou era natural ou alguém o faria.

E foi assim. Não adiantou esconder espelho de mim, eu passava a mão. Eu sentia, eu via que eles estavam em minhas mãos e não na cabeça. Foi difícil. Mas isso também passou. Lembro que todo dia eu penteava o pouco que eu tinha e as pessoas passavam por mim e me davam tchau, não sei se sentiam dó, ou sei lá, mas ficavam me olhando. Não ligava e continuava com meu dever, enquanto eu os tinha na cabeça, eu os cuidava.

Quando fui para o quarto chamei umas amigas do salão e elas vieram. Não foi como a cena da Carolina Dieckmann naquela novela que ela raspou a cabeça. Não teve música, não teve lágrimas. Ao invés disso eu escolhi o pente menor e sorri. Disse que se era pra ser que fosse logo. Daquele quarto, eu fui a única que não me emocionei. Não sei explicar porque e muito menos o que eu senti na hora que o pouco do que restava rolavam até o chão. A menina que raspou minha cabeça foi a mesma que há meses havia alisado e deixado ele mais longo. Contradições da vida.

Escrevi o seguinte texto quando eu vi que meus cabelos já quase não existiam.

“Isso eu escrevo depois do banho.

Hoje eu acho que posso contar quantos fios de cabelo eu tenho na cabeça. É estranho sabe... Sou, sempre fui muito vaidosa. E isso me deixa com mais medo.

Hoje faz uma semana que não me olho no espelho, tenho receio do que posso encontrar. Minha mãe disse que meu rosto continua o mesmo, e que, sim, já da para ver algumas falhas, ou imensas falhas em minha cabeça.

Parece coisa de outro mundo. Aquele cabelo que mamãe cuidou tanto quando eu era mais nova, que quando eu era criança fazia questão de comprar os melhores xampus , condicionadores. Aqueles mesmos cabelos que tia Aninha e mamãe queriam transformar em loiro, e colocam água oxigenada em minha cabeça mesmo eu tendo só alguns meses de vida, mas que de tão preto ficou ruivo.

Esse mesmo cabelo que quando estava entrando na adolescência, a fase da rebeldia, foi apelidada na escola de camaleão, por que vivia mudando a cor... Foi do preto ao loiro, chegando até ser violeta.

Sim, esse mesmo cabelo que uma hora era cacheado, com cachos definidos que a tia Vilma fazia com tanto carinho, e outra liso ao extremo com tantas chapinha, secador... Esse cabelo esta indo embora...

E olha que eu já reclamei tanto de volume. E no memento não posso mais colocar de lado, no meio, prender em cima, fazer tranças, penteados nem pensar, não tenho mais esses domínios em mãos.

É... Aquele cabelo que eu cuidei tanto durante vinte anos, em vinte dias se foi!!!”

17 de julho de 2010

Depois daquele suspiro...

Era uma quinta-feira, não recordo bem a data, mas final de maio. Eu estava já esgotada de permanecer naquele quarto e ver que minhas pernas não voltavam e isso iriam completar um mês. Estava esgotada de lutar, lutar e tudo parecer em vão, estava esgotada de sempre sorrir mesmo ás vezes sangrando por dentro, mas aprendi que devemos sempre ver o lado bom das coisas.

Pra mim aquele dia foi, era um dia chato. Não estava legal, parecia que o sol não brilhava como antes, que as pessoas não estavam tão alegres, que os sons estavam com ruídos, tudo estava muito estranho.

Não sei explicar essa sensação que sinto quando sei que algo vai acontecer, não vou chamar de premunição, por que acho essa palavra forte. Pressentimento? Talvez. Sensibilidade, até poderia ser.

Acordei com um nó na garganta, como se algo me dissesse pra eu tomar cuidado com alguma coisa, mas esse algo não me disse com o que. Fiquei assim o dia todo. Naquele dia tive febre, por aqueles dias estava tendo dores terríveis nas costas, que quando respirava doía demais. E essa dor era tão terrível que parecia que pressionava meu pulmão, não da pra descrever, e nem vou dizer que só sentindo, por que não desejo a ninguém.

Aquele foi o dia que eu não recebi visita e isso me indignava por dentro. Parecia que estava abandonada, sei lá. Quando foi mais a noite eu fui levada para a cama, sim levada, pois como não andava, era carregada e cada vez que era carregada me sentia pior.

Fiquei na cama calada. E minha mãe sempre ao meu lado, do nada eu comecei a falar, e parecia que eu não ia parar. Falei tudo o que estava engasgado. Em seguida chegou o Fábio, um grande amigo, e segurou na minha mão também. Ambos de cada lado da cama ficaram me escutando, e eu ali parecendo que estava arrancando tudo o que me incomodava, tudo aquilo que me agoniava.

Não sei se foi certo eu ter dito tudo aquilo, por que disse com muita revolta. Disse cosias que não devia talvez. Mas, estava cansada de esperar por coisas que não aconteciam, queria minha vida de volta, queria sair daquele hospital e viver no meu mundo de novo, queria que aquilo fosse um sonho, não sei, queria um refúgio naquele momento.

Lembro que disse que sabia que as coisas não haviam terminado, não sei como eu sabia, mas sentia isso, e me preparava para agüentar outras coisas que eu também não sabia o que eram. Mas sentia que precisava ser forte pra agüentar. Mas naquele momento eu era a pessoa mais frágil do mundo.

Só sei que em um momento da conversa eu falei pra minha mãe que não importasse o que acontecesse que não era para me deixar me levar para o CTI. Tinha pavor de lá, não podia me imaginar longe dela de jeito nenhum. E ela não me prometeu nada, apenas concordava comigo. Disse também que sabia que não tinha terminado e que tinha medo, muito medo do que poderia vir.

Meu desabafo terminou. Nesse intervalo chamei minha tia no hospital e ela foi eu precisava vê-la. Todos foram embora. Fiquei só eu e minha mãe. Eu falava pra ela que minha respiração estava difícil, que estava sentindo muita dor e ela não saia do lado da cama, acredito que ela me dava a mão com a intenção de me passar forças.

Quando foram onze horas da noite, eu chamei um técnico de enfermagem e disse que não estava bem, ele disse que aquilo tudo era angústia, diminuiu meu oxigênio e mandou eu dormir. Angustia? Podia até ser, mas minha dor não era imaginação.

Lembro que sentei, deitei... Segundo minha mãe dei um suspiro... O resto já não me recordo. Não tenho noção de quanto tempo durou tudo. Acho que se eu tivesse morrido naquela hora, terio sido uma morte muito rápida.

Acordei estava com máscara, um tubo na garganta, um bando de gente em cima de mim, e uma médica gritando pra eu respirar. Aquela cena pode passar anos que, eu acho que, jamais vou esquecer. E o pior, eu me vejo. A pior coisa, eu vejo certinho o que eles estavam fazendo comigo, cena de filme mesmo sabe.

Sei que tenho em mente as duas visões. A minha e a da equipe, não me perguntem de onde eu busquei a da equipe, ela simplesmente surgiu em minha mente.

Sei que abri o olho e vi tudo aquilo, não sabia o que eu estava fazendo ali. Ouvia gritos mais bem de longe, escutava a palavra “tubo” , “sobreviver”, “respira Aryana”, entre outras coisas, mas tudo em câmera lenta, parecia que eles estavam longe, e eu dormia e acordava em questão de segundos. Sentia parecia um secador de cabelos na minha garganta e uns tapas que eu não recordo onde.

Aquele “respira Aryana”, juro, parecia que meu cérebro não processava. Naquele momento eu não sabia respirar, era fora de meu universo isso. E nessa hora eu via uma menina desacordada em uma maca e um bando de gente tentado fazer ela acordar. Estranho, muito estranho, mas eu me vi ali dormindo feito anjo.

Do nada eu suspirei... Aquele suspiro eu acho que todos ali presente sentiram juntos. “Ela voltou”, escutei. Pronto, eu estava de volta.

Acordei ás 3 horas de manhã no CTI. Incrível, acordei bem! O rapaz que estava cuidando de mim não acreditou quando eu tentei levantar. Ele chegou e perguntou se eu estava bem e eu disse que sim, e logo quis saber o que havia acontecido e o que eu estava fazendo ali.

Ele me explicou que havia chegado ali roxa, foi até engraçado o modo como ele me disse e a cara que eu fiz. Disse também que cheguei lá com minha pressão arterial 5 e a mínima não encontravam. Eu havia tido uma parada respiratória, meu pulmão havia infartado. E lá eu sabia que pulmão enfartava.

Naquela hora decidi que tinha mais que viver. Que não importava o que ainda viria pela frente, se eu havia resistido aquilo eu aguentava mais coisas. Eu praticamente tinha morrido e voltado. Eu decidi naquele momento viver, horas atrás eu havia desabafado, tinha sido preciso pra eu deixar tudo pra trás, que aquele nó em minha garganta tinha que sair mesmo, que eu precisava colocar pra fora tudo o que me fazia mal.

Naquela hora eu vi que Deus tem algo a mais pra mim, que não sei bem o que é, mas que Ele me da forças para agüentar. E que eu posso sim e devo lutar para ser feliz. Afinal eu ainda quero andar em alta velocidade em uma rodovia, pular de pára-quedas, fazer rapel, me formar em jornalismo, fazer outra faculdade, encher a cara, passar mais vezes a virada do ano na praia, conhecer mais gente, fazer matérias fodásticas, fugir de casa nem que for por uma hora, ir mais a Igreja, adotar uma criança, tirar meu aparelho, usar perucas coloridas, esmaltes malucos, pagar micos, falar alto quando for para falar baixo, levar broncas, pular, gritar, brincar, gargalhar, escrever livros, escrever abobrinhas, fazer cócegas, tirar fotos pra ficar na história, abraçar, beijar, comprar descontroladamente, fazer coisas sem noção,ser séria, ser adulta, não esquecer de ser criança e o principal ser feliz, curtir a vida.

Eu vi que ainda tenho muito para viver, e o que viesse seria aprendizado para encarar os fatos. E assim foi. Depois disso passei por coisas piores eu acho, não sei qual a gravidade ao certo de cada coisa. Mas agüentei, afinal meu foco é viver e dizem que se você fica instantes sem respirar, enxerga o mundo de maneira diferente! :D

16 de julho de 2010

Nada é pesado pra quem tem asas...


Uma vez escutei essa frase em uma novela, “nada é pesado para quem tem asas”. Era uma personagem chamada Ariane que interpretava o papel de uma médica e dizia isso a uma paciente com câncer. Foi em um dia que ela estava com dor e achava que nada daria certo. O nome da paciente eu não lembro, mas ela era uma mulher que teve que raspar a cabeça e sofria demais no hospital.

Quando escutei essa frase ainda mais vinda daquela cena, “peguei” ela pra mim... Eu sei quem são minhas asas... E hoje sei que minhas asas são resistentes.

A parte que sustenta toda ela por inteiro se chama Deus... Essa é a parte mais importante de minhas asas... É Deus que me da força de onde eu acho que não existe mais. Jesus seu filho quando eu acho que fui abandonada, eu sinto sua mão segurando a minha. É incrível, inexplicável, mas é verdade. Eu sinto e isso basta. Nas horas de maiores agonias eu implorava forças e foi Ele quem me deu.

Existiam noites que eu acordava e minhas mãos estavam em uma posição que dava para ver que estava segurando em outra mão, eu senti uma calma, uma tranqüilidade, era como se essa mão me dissesse que tudo, sem dizer nada. Cansei de acordar e pedir ajuda para Deus e sentir minha cama balançando como se eu estivesse em seus braços me fazendo nanar. Eu acalmava e Dormia.

Outra base de minhas asas é minha família. Não basta dizer que se tem uma família grande que se reúne no final do ano, ou em festas de aniversários. A família precisa ser unida, e isso eu tenho. Não precisava ter todos em minha frente para saber que tinhas todos ao meu lado.

E não era só na hora que minha mãe ligava pra um e dizia que eu havia descido para o CTI que todos faziam acampamento no hospital. Era a hora que eu precisava de algo e eles estavam ali, não importava se fosse pra prometer um churrasco, pra me animar, pra fazer um bolo, pra ficar comigo apenas, passar a noite lá, ou mesmo pra pegar na minha mão e dizer estamos com você.

Ouvi uma frase de minha madrinha que nunca vou esquecer, e que é verdade e fiquei honrada de escutar. Um dia ela pegou na minha mãe com os olhos cheios de lágrimas e disse: “Lembre-se que você é forte e tem uma família toda ao seu lado”.

Mas em especial eu preciso falar da minha mãe. Eu tenho uma mãe, que não é apenas mãe, é amiga, companheira, guerreira e acima de tudo que não desiste de mim. A pessoa que foi capaz de largar tudo para passar dias e noites em um hospital ao meu lado. Não vou dizer muito por que acredito que nossa sintonia não existam palavras para definir, somos muitos ligadas e talvez esse amor foi um dos motivos para eu ter tanta força para superar tudo. Toda vez que olhava para ela e via em seus olhos que ela precisa de mim bem, eu respirava fundo e dizia: “Nega vamos sair dessa”. E a gente sempre saia mesmo, o que passamos só nós duas sabemos.

Deus manda anjos aqui na terra, e esses anjos em minha vida se chamam amigos, podia citar nome de cada um. Mas isso é desnecessário, por que cada um que é meu amigo de verdade sabe o seu valor em minha vida. Existe aquele ditado que diz “Quer saber quantos amigos você tem? Dá uma festa. Quer saber a qualidade deles? Fica doente”. E os meus verdadeiros amigos mesmo longe estavam comigo me dando força e eu sentia isso.

Fora os amigos sinceros que fiz dentro do hospital, lá encontrei vários anjinhos, mais isso são cenas do próximo capitulo!

Por isso eu digo que quando você tem um motivo nada te abala, e meu maior motivo é viver e ser feliz, e pra isso vou lutando até quando Deus me der forças e ele anda me dando bastante que acredito que tenho muito o que viver, ainda mais se minhas asas continuares firmes assim!! :D

A vida é feita de momentos ^^

Escrevi esse texto no dia no aniversário de minha amada mãe, e como ela foi e é um ser essencial em minha vida, que esteve comigo esse tempo todo resolvi publicar ele também. Escrevi e li pra ela na noite do dia 19 de abril, acho que eu fiz uma homenagem antecipada pra ela, de tudo o que ela viria a fazer por mim...

Realmente a vida é feita de momentos! Cheguei a essa conclusão nos meus simples 20 anos de experiência. Existem aqueles momentos em que queremos o mundo, e existem aqueles que queremos apenas um pedaço dele. Sim, a vida é toda contraditória.

Mas sabe qual é o memento em que mais damos valor, o que mais queremos de verdade? É aquele que queremos estar com a gente mesmo. Afinal, existe algo melhor do que nos amar? Pode até existir, mas se esse não vier primeiro, outros jamais valerão à pena.

Pode ser que tenhamos outros na memória que sempre serão lembrados com muito carinho como, a primeira vez na escola, o primeiro emprego, um show, uma festa, uma data, uma música, um poema, um ritmo, um lugar, um perfume, o nascimento de um filho, enfim lembranças eternas.

Por falar em nascimento de um filho, acredito estar envolvida nessa história. Dizem que os filhos escolhem os pais. Ai que realmente eu entro na história. Se os filhos escolhem os pais, quais que são os critérios de escolha? Pois bem, vou conta como foi a minha!

Queria uma mulher de caráter acima de tudo. Isso bastaria para que qualquer um se convencesse que valeria a pena. Mas eu queria bem mais, queria um ser iluminado, que tivesse na alma a nobreza de uma criança e na expressão a seriedade de um adulto. Queria um ser que corrigisse erros com beliscões, mas que também soubesse abraçar e apertar como ninguém.

Foi ai que enxerguei VOCÊ... Mais que um ser iluminado, um ser abençoado por Deus. Um ser que o Criador planejou bem antes de fazer. E era esse ser que eu queria me espelhar, admirar e amar. E que bom que consegui o que queria, vim a terra como sua filha.

Não posso dizer que me lembro de tudo isso, apenas suponho. Mas lembranças pode haver suposições também. Não dizem que os fins justificam os meios? Pois bem.

Hoje só quero te agradecer, sim só isso. Por ter nascido primeiramente. Por ser essa pessoa maravilhosa, carinhosa, estressada, amável, chata, bondosa, protetora, medrosa, corajosa, enfim, especial que é. Por que se não fosse dessa forma jamais seria assim, pois são com todos esses defeitos e qualidades que insistem em te acompanhar que amo você.

Um dia você me pediu desculpa por se realizar em mim, por planejar meus sonhos juntos com os seus... Hoje eu te agradeço! Meus planos jamais seriam os mesmos se não tivessem sua presença. Minha vida não teria sentido algum se não tivesse você ao meu lado.

Seu apoio, carinho, afeto, amor, compreensão e principalmente seu companheirismo me fez ser o que sou. Somos o espelho do que vemos, e tenho orgulho do reflexo que vejo. Você foi, e é a base de todo o caráter que tenho, se tenho capacidade de distinguir o que é certo e errado, foi você que ensinou tudo isso.

Obrigada por tudo, pelo parto, pelas noites acordada, pelo remédio dado, pela roupa, pelo abraço, pelo olhar, pela caminhada, pelo apertão, pela branca, pelo sermão, pelo sono, pelas cócegas, pelos almoços, pelos presentes, pelas risadas, por você, por mim, e por não desistir de mim.

Acima de tudo o último item, por me amar antes mesmo de eu nascer. Obrigada por tudo, por confiar no meu amor mesmo sem o conhecer. Agradeço a Deus por você ter sido a escolhida, por ter sido você a abençoada, e ainda mais, por você ser a minha MÃE.

Posso até dizer que já passamos por coisas indesejáveis, mas somos ligadas bem mais que um simples cordão umbilical pode definir. Nosso amor é assim, sem definição, distinção, limites, ou coisas parecidas.

Eu te amo e nem preciso dizer muita coisa, basta olha pra mim que enxerga você. Olhos nos meus olhos para saber que me orgulho de ser sua filha. E ainda mais, basta me conhecer para saber que eu e você somos mais parceiras que tudo. É lindo isso, por mais que ninguém entenda, não é necessário. Basta ser sentido.

Hoje quero dizer-te que é seu dia é te desejo tudo de mais maravilhoso. Que seus momentos sejam sempre felizes, e se isso não for possível, que os tristes sejam aprendizados. Por que como sabemos. “Deus não dá cargo maios do que a gente pode carregar”. Seja sempre assim, forte e guerreira! Feliz Aniversário, amo-te!

E isso não mostra nem um pedaço do amor que sinto! *-*

12 de julho de 2010

Afinal, o mundo é tão pequeno!

O mundo é tão pequeno não é mesmo? Quem já não encontrou um conhecido em um lugar onde pensava estar totalmente camuflado. Ou já passou pela situação de falar de alguém para uma pessoa e receber um “ah fulano eu conheço”.

Pois bem, hoje isso aconteceu comigo, mas foi tão emocionante. Sai do hospital ontem, de uma estadia rápida de 7 dias. Dessa vez a coisa foi tranqüila, fiz pulso terapia, fiquei sim “daquele” jeito, mas passou, e a ponta de pneumonia que apareceu no raio X esta aliviando. Pois bem, como minha imunidade esta baixa tive alta hospitalar, mas não dos medicamentos.

E são esses medicamentos que a cada 6 horas o pessoal do meu plano de saúde vem em casa aplicar. E foi numa dessas que me surpreendi.

Uma moça simpática entra na sala de minha casa e se apresenta. Como de costume começa uma conversa inicial para conhecer o paciente. No meio da conversa ela me pergunta o que houve comigo, que tipo de tratamento eu fazia, geralmente as pessoas me perguntam isso por que acreditam que eu fiz alguma cirurgia na cabeça pelo fato de eu estar careca.

Quando eu disse o que havia acontecido, detalhes que ainda vou postar aqui, a moça parou, ficou me olhando e seus olhos se enxerem de lágrimas. Eu fiquei sem entender e logo em seguida ela me perguntou se eu precisava um dia ter feito certo exame. Eu respondi que sim, mas que como eu estava muito ruim naquele dia não tinha condições.

Ela ficou me olhando e se emocionou e disse: “Não acredito que é você, eu achava que estava morta”. Na hora que ela disse aquilo eu arrepiei, me deu vontade de abraçá-la, mas me contive.

Ela contou que ligaram em seu celular e mandaram ela não se atrasar que iria chegar uma paciente muito grave e o exame podia ser complicado. Só que mais tarde ligaram e disseram que ela não iria descer mais por que o estado dela era grave demais e ela não agüentaria.

Estranho, aquela moça sabia de uma parte de minha história sem nem me conhecer. Mal ela sabia que aquele dia foi super decisivo em minha recuperação, que os médicos fizeram mais do que eles podiam. E que eu descobri que minha fé era bem maior do que eu pensava que fosse.

Depois que contou toda a história dei um sorriso com os olhos cheios de lágrimas também, e disse “pois é, e eu to aqui viva!!!”. Ela sorriu, e foi saindo e disse.

“Você é uma vencedora”.

Talvez eu não tenha noção da gravidade do que eu passei, acho que é por que eu presenciei tudo, vivi tudo. Talvez seja melhor mesmo somente aqueles que entendam melhor o problema perceba a gravidade e eu só fique com a parte do elogio, da força que me dão, mas isso nada teria conseguido sem a ajuda de Deus que a cada dia me da uma sede enorme de viver.

PS: Esse texto comecei a escrever no domingo dia 11 de julho e terminei na segunda. E na segunda essa mesma moça entrou e disse pra mim que eu não parava de fazer as pessoas chorarem, eu a questionei o por que, e ela disse que a outra menina depois que me viu e soube de minha história não se emocionou na minha frente, mas quando chegou no carro desabou a chorar. Só ri, existem coisas que me deixam sem graça!!! :D