31 de março de 2011

Só é saudade por que valeu...

E eu completei meus 21 anos e sem um pingo de juízo! Fato! Sabe e não quer dizer que foi somente em relação as bagunças que aprontei, as que eu estou aprontando e as que eu estou planejando cada segundo em minha mente. Eu perdi o juízo do risco que corro.

Eu parei de tomar remédio depois que eu voltei do Rio de Janeiro, achei que era a mulher maravilha hehehe! Pois bem, meu primo disse assim: “O Godofredo só anda com gasolina né”?. Pronto, entendi o recado.

Mas, sabe quando você não esta para isso, não esta para ficar lembrando-se de remédio, não esta com saco de fazer a pulso todo mês, não tem paciência para ficar enjoada uma semana? Sou eu.

Parece que eu quero viver tanto que eu não tenho tempo para sofrer, não quero isso pra mim. NÃO MESMO. Sim e com letras maiúsculas! Caixa alta para enfatizar, gritar e deixar claro. NÃO QUERO MAIS SOFRER.

No entanto, meu organismo pede, ele é teimoso, e por esses dias ele esta totalmente de mal comigo. E isso significa que o lúpus voltou para me atormentar. Isso é certo? E o que é certo nessa vida... Sim, estou desiludida por essas coisas, tantas lutas e ele volta...

Eu sei que fui eu que de alguma forma ou outra deixei isso acontecer. Mas, eu não quero tomar aquele bando de remédios, e o pior, agora aumentou a dose. Ah, sim pode ser criança mimada ou chame do que quiser maaaaaaaas, eu não vou tomar. E ponto final.

Hoje eu fiz pulso. Dela eu não tenho como correr se não agora estaria no hospital. No entanto, eu queria algo para driblar o maldito lúpus. E como fazer isso, eu tento, eu penso, eu planejo, eu queimo meus neurônios e não consigo. Ai vem a pergunta, por quê??!!?? Alguém sabe a resposta? Não né. Pois bem.

Sério, estou revoltada, desanimada e algumas horas desacreditada com a vida. Eu estou sempre sorrindo, lógico, dizem que sorrir é a cura de tudo. E eu não suporto ficar reclamando, acho que ninguém tem nada a ver com meus problemas e ninguém precisa ficar com dó de mim. Odeio a possibilidade das pessoas acharam que eu sou uma coitada.

Uma vez me disseram que eu sou forte e guerreira. Eu fui. Fui em um período muito difícil de minha vida, mas cá um segredo entre nós, eu sou a pessoa mais medrosa e covarde do mundo. Pois é, sou aquela pessoa que pensa que se aconteceu aquilo e eu aguentei, eu sei que não suporto outra queda daquelas. E se caso acontecer, eu não vou lutar... É covardia, claro que é, porém, se aconteceu uma vez e eu consegui, por que de novo? É injustiça poxa.

Por isso que fique claro, estou igual criança mimada, literalmente. Quando eu faço pulso eu fico assim. Se eu já não queria tomar remédio, estava triste e etc e tal, agora depois da pulso estou mais.

Na hora que estava fazendo a pulso hoje eu passei mal. Parecia que não iria respirar nunca mais. Foi uma sensação indescritível de tão horrível. Eu corri e chamei o enfermeiro, e ele parou a medicação. Confesso que nessa hora eu quis muito alguém no meu lado. Foi terrível. E eu lá sozinha dentro de uma sala com mais três macas vazias.

Eu desejei tanto aquela mão segurando minha. Ou aquele abraço que me conforta sempre. A mão eu não pude ter, mas tive a ligação. O abraço quando cheguei em casa minha mãe me deu e prometeu nunca mais me deixar sozinha. Eu sou teimosa. Fui dirigindo até lá e sozinha. Não gosto de dar trabalho para ninguém. E eu ainda pretendia ir para a faculdade fazer prova. É pessoal, ela esta pensando que tem super poderes.

Hoje eu senti tanta falta dele. E isso ele nunca vai saber, já que ele não vai ler esse blog e muito menos eu vou falar isso. Eu só queria entender o que é essa força que não me desliga dele. E foi incrível, na hora que eu passei mal, na hora que eu estava ruim, meu cel tocou. Não preciso dizer mais nada.

Foram meses querendo ele longe, ou perto. Não sei. Esse tempo eu achei que saberia o que era amor, sem inclui ele comigo. Eu tentei, claro que eu tentei, cheguei até magoar pessoas pelas quais eu queria guardar em um cofre de tão preciosa, mas magoei também. Ah esse tempo eu errei demais. Mas, hoje, especificamente hoje eu senti saudades. Porém, passou. Estranho né...

Aliás, hoje eu senti falta de tantas coisas. Naquela sala sozinha eu estava estudando para uma prova que iria fazer hoje. Folhas espalhadas pela maca e um soro correndo em minha veia. Cenário ridícul [risos]. Eu senti falta de mim mesma, ah não me perguntem como isso é possível, mas foi.

Agora eu acabei de ver fotos antigas. Nossa. Quantas saudades de tudo. “Minha tia hoje mesmo disse:” O que será que estávamos fazendo ano passado nessa data?“. E eu disse que provavelmente estaria na faculdade aprontando alguma coisa. Bem minha cara.

É possível sentir saudades de você mesma? Eu sinto. Se for possível ou não, eu sinto. Eu conquistei muitas coisas depois de tudo, eu costumo classificar a Aryana como antes e depois do hospital. E é verdade. Não, eu não queria voltar e ser exatamente como era. Eu to feliz assim, nem tanto, mas estou. Isso é só de momento. Eu vou ficar feliz, vou ficar bem, e outra, por mais que eu perdi certas coisas, outras compensaram. Foi apenas saudades. Oh treco chato.

Agora eu sei que vou ficar uma semana manhosa, enjoada, chata, estressada, triste. E daí? Tudo passa mesmo. É sempre assim e o mundo continua. Agora estou com dor e empolguei escrevendo. Então vou desligar o note e dormir, afinal, “nada é pesado para quem tem asas”, e minhas asas estão fortes, pelo menos elas.

Foto do meu niver! Dia lindo, com minha família e meus amigos, mesmo alguns não estando presente pessoalmente, de alguma forma ou outra sempre estão comigo! Não tem preço ter vocês em minha vida! ;)

Ahhhh.. Bem vindo abril =)


25 de março de 2011

E quando é pra ser...


Estou escrevendo meu livro que fala sobre pessoas com lúpus, e esse servirá de meu TCC! Sabe quando bate uma sensação estranha? Ahhh.. estranha poxa! Não dá para explicar.... Seria, uma saudade, uma vitória, tristeza, alegria.. Não não tem definição! E o último capítulo eu irei colocar minha experiência.. E olha que não foi fácil! E só de pensar nisso me da um frio na barriga! Por que eu não sei se eu vou conseguir meso expor tudo o que eu passei! Existem coisas que não se explicam, só se sente! E existem coisas pelas quais até daria para explicar, mas falta palavras! Pois é.. Mas, vou tentado escrever algo que chegue perto do que aconteceu realmente.. E olha que não foi pouca coisa! Eu nas fotos uma quando eu sai do hospital e eu semana passada no meu aniversário! Ahhhh quanta mudança! =D

Esse é o começo do meu capítulo... E tem muito, muito mais por ai! =)

Eu abri os olhos e vi que não estava no mesmo lugar. Engraçado, até poucas horas parecia tudo familiar e tudo tão comum. Mas, não era. As janelas eram grandes e escuras, mas seus furinhos deixavam os raios de sol bater em meu rosto. O lugar era claro, talvez para dar algum tipo de calmante natural.

O quarto tinha três camas e uma cadeira. Na parede havia aqueles kits de oxigênio só na cama do meio, talvez nunca houvesse a necessidade de três pessoas ao mesmo tempo utilizar. Tinha também um ar condicionado tímido, que ninguém pelo visto se atrevia a ligar. Era uma enfermaria de um hospital particular da capital Sul-matogrossense.

Eu estava deitada bem na cama ao lado da janela. E da direita para a esquerda estavam as outras duas. Do meu lado esquerdo estava uma cadeira branca, na qual minha mãe passou a noite, ou as horas daquela noite. Na cama do meio não tinha ninguém, e na do outro canto havia uma moça, a ‘Isabela’. Essa moça estava internada há uma semana por conta de uma dengue hemorrágica.

Acredito que eu abri os olhos bem na hora de troca de plantão, só pode. Era barulho, conversa. O pessoal entrando no quarto, ou o pessoal era animado daquele hospital. Eu constatei que o pessoal era animado só mais tarde, e eu nunca vou saber se era troca de plantão ou não.

Realmente estava no lugar errado. Nada daquilo era meu. As pessoas nenhuma eram conhecidas, exceto minha mãe. Pronto estava começando uma nova fase de minha vida e eu nem tinha noção disso.

Eu tinha vinte anos e teimava em dizer que estava na casa dos dezenove. Mas, havia um erro. Sabe aquelas pulseiras de identificação do hospital, lá constava que eu tinha dezenove. Isso contribuiu para minha confusão. E essa era a palavra que mais identificava aquela situação. E para contribuir eu coloquei na cabeça que era meu aniversário. Devia estar em algum estado de espírito de carência que precisa de algum refúgio e buscava atenção, talvez essa data era a solução. A única explicação para esse surto. E esses surtos se estenderam por diversas manhãs daquele hospital. Mas, sempre tinha alguém para lembrar que não era meu aniversário.

Mas, sabe quando uma pessoa que você gosta muito esta em uma situação como essa? Ah, se não sabe alguns gestos das pessoas mais próximas a mim explica. Meus tios, tias, primos, primas, amigos me davam parabéns pelo telefone e eu com uma voz que parecia um estado de embriagues, falava indignada que não queria passar meu aniversário em um hospital. Meu namorado da época levou um bolo de cenoura com cobertura de chocolate, e eu acreditei mais ainda que era meu aniversário. Talvez, o bolo foi bom para eu não acordar convicta de que era mesmo meu dia, ou talvez foi ruim, que confundiu mais minha cabeça.

Lembro que a data era próxima ao dia das mães e meu aniversário é dois meses antes dessa. Um dia acordei e uma senhora da Igreja estava entregando papéis sobre mães. Chorei encolhida na cama. Sabe quando você esta em um lugar onde várias pessoas falam e você não consegue prestar atenção e quer colocar seus ouvidos no mudo. Era isso que eu fiz. Queria colocar as idéias em ordem. Como podia ser meu aniversário e dia das mães ao mesmo tempo. Não tinha essa possibilidade.

Definitivamente tinha aberto meus olhos no lugar errado e provavelmente na hora errada. No dia anterior eu estava na minha casa, na minha cama, com minha família, com meus objetos, com minhas dúvidas, com os problemas que eu sabia resolver, com as indagações que eu saberia desfazer. E lá não, estava tudo fora de ordem. Eu estava com o lúpus em atividade, aliás, mal sabia o que eu tinha naquele momento.

Os meus dias eram comuns. Nada de interessante, mas eram os meus e eu os queriam de volta. Era uma universitária cheia de sonhos, uma menina com vontade de viver e uma mulher com sede de vida. Um desmanche de hormônios, quem sabe pelo auge da idade.

Um dia antes eu levantei e achei tudo chato demais. Estava aquele típico clima abafado, e nenhum banho gelado resolveria. Fazia estágio voluntário na Universidade e também curso de inglês. Aquele dia era pra eu fazer tudo, comparecer aos dois, mas fiquei ausente.

Era uma pessoa de pouco papo, e, talvez, era essa a melhor solução. Não tem como explicar, não existe palavras para descrever como é a sensação de saber que algo irá acontecer com e você não saber a intensidade disso, mas saber que pode acontecer alguma coisa. Uma vez li do poeta Manoel de Barros, "Aliás, a moça me contou uma vez que tinha encontros diários com as suas contradições." E nesse dia talvez sua fonte fosse eu.

Eu resolvi que não iria fazer nada. Mas, havia uma sensação muito estranha em meu corpo que me fez me tomar banho para ir ao estágio. No entanto, essa mesma sensação não deixou ir. Em um dos sites de rede social eu postei a seguinte frase: “Acordei com a sensação que hoje vai acontecer algo de estranho, não sei se é pra bom ou ruim! #tensa! Mesmo assim estou feliz #otimista!”. Estava lançada a minha sorte.

5 de março de 2011

Viva a vida =)


Eu recebi um texto de uma amiga que dizia que jamais iria esquecer o grande amor de minha vida, que existe outras coisas mais importantes do que sofrer por amor, que existem amigos, pessoas, livros, músicas.... E como dizia o texto: “Houve uma mudança de planos e eu me sinto incrivelmente leve e feliz...” E não é?!

Sabe a tal música que troca a liberdade pelo perdão? Isso existe? Se existe, sinto muito passa outra hora, por que eu não estou para isso no momento. O amor passou. Doeu. Eu sofri. Eu me transformei. Eu me fiz outra mulher. Uma mulher que não esta mais para ser conquistada com pouco, não quero o básico, quero o mais, o mais forte, o melhor. Sim, me tornei exigente. Quero alguém que me tire do sério e me faça enlouquecer qualquer dias desses. Quero alguém que chegue e mostre para que veio. Não quero mais aquela coisa mínima. Eu já fui uma mulher que me contentou com o simples, agora não. Sim, eu mudei. Mudei para melhor.

Não fico mais em casa em uma sexta-feira a noite esperando o príncipe chegar, talvez com um bombom. Não. Eu vou a procura do que me tira o sossego, do que me tira a paz. Isso é loucura? Não. É ser uma mulher decida. Sabe aquelas lágrimas? Foram boas para limpar a alma, para tirar tudo o que me fazia mal, para limpar os olhos e de certa forma para me preparar para enxergar esse mundo lindo que esta ali fora.

Ahhhh... Sabe aquela menina quieta, ingênua, ou que acredita em amor além da vida e que esperava o amor num domingo a tarde para assistir filme romântico? Ela deve estar em algum lugar desse corpo dessa nova mulher. Essa menina romântica, claro que existe, é visível. Até por que isso é uma de minhas características, ser sonhadora. Não, eu não pirei totalmente e não estou “pegando” geral como muitos podem achar, mas, eu aprendi, eu descobri que existe um mundo, pessoas, lugares, e o melhor, existe a necessidade de ser feliz! E é isso que estou fazendo.

Dia 18 completo meus 21 aninhos. Nunca estive preparada para essa idade. Sempre acreditei que com essa idade eu seria uma adulta, séria e careta, como sempre fui. E eu não quero isso, quero ser criança sempre, ter aquele encantamento pelas coisas, entende? Esse ano parece ser o ano das descobertas, revelações, lições, isso da um certo receio. Mas, eu gosto disso, gosto do frio da barriga, gosto da superação. Esse ano eu me formo, eu escrevo um livro, e eu coloco som do meu carro [risos] .

Pois é, esta na hora de crescer. Mesmo não querendo. Pedi pra minha mãe deixar eu ser sua bebezona para sempre e ela deixou. Então resolvido o problema. Virei a mulher que tem a alma de criança. Que se consegue ter sensualidade em um vestido e salto alto, mas que também se joga no chão descalço para brincar. E garanto, é mega fácil ser assim.

Ah quer mais? Vem 2.1. que eu não quero descobrir o que foi preparado para mim. Eu confio em Deus e sei que ele preparou o melhor, por que se ele me deixou aqui depois de tudo, não foi em vão. E sofrer? Isso agora só é conjugado no verbo passado! Passou baby! E o verbo da moda? VIVER!

Quer coisa melhor que estar viva? Não... Só espero que ninguém, mas ninguém mesmo descubra o que eu sinto dentro de mim, por que existem coisas que definitivamente são fora do normal. Carrego em mim a sede de viver e a paixão da descoberta.

Estou pronta para crescer, por mais que tenha pavor. Tem horas q tudo o q pensávamos ser certo, acaba!E ai a gente aprende q a vida é assim mesmo, idas e vindas constantes! E você percebe que isso é bom, que a magia de tudo esta mesmo nos olhos de quem vê e que a viva é sim bela, e que ela esta ai para ser vivida!!! E eu estou tão, mas tão feliz! Aeeee *--*

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Bem vindo março!!!!