19 de dezembro de 2010

Sim... Isso é quase um balanço!!! =)


E estamos em dezembro... E eu descobri tanta, mas tanta coisa esse ano que sinceramente eu precisava de mais um ano para contar! Ano passado nessa mesma época eu escrevi em um lugar mais ou menos assim: “...nesse ano eu chorei, eu sorri, fiz amizades, eliminei outras, decepcionei pessoas, mas também fui decepcionada, tive momentos de alegria e de tristeza, mas o de alegria foram mais, baguncei horrores, tirei minha habilitação, coloquei aparelho, amei e desamei meu namorado, mas continuo apaixonada, encarei um centro cirúrgico pela primeira vez e superei,pensei bastante no meu tcc, embora esteja longe e já sei tudo como será, ajudei pessoas a atravessar a rua, mas também fiz maldade com muita gente que não gosto...”

Enfim, eu fiz tantas coisas ano passado né... Mas, eu quero falar desse ano, esse ano que esta acabando e que eu julgo que não foi um ano tão produtivo! Eu estava no estacionamento da faculdade que por sinal estava quase um deserto, e conversando com um amigo que também estava indignado de alguma forma, chegamos a conclusão que o não foi bacana mesmo e ele soltou: “E uns seis meses só por sua conta”. Pois é.

E sabe o que nos restou? Decidimos pegar a estrada e curtir a natureza! E é isso que fizemos no último domingo. Talvez foi uma das coisas mais malucas que fizemos, por que não foi nada planejado com antecedência. Mas, não vivemos tudo que precisávamos, perdemos coisas no caminho, e precisamos resgatar, precisamos de algum modo pegar tudo o que nos foi tirado, de algum jeito queremos tudo, tudo o que é nosso por direito. E sim, como disse uma amiga minha a nossa música do momento é... “Vou deixar a vida me levar, pra onde ela quiser...”, afinal, o que levamos dela é ela mesmo!

E disso eu sei, ou me fizeram saber, ou eu soube sozinha, ou sei lá. Minha mente esta com uma mistura de sentimentos, mas uma mistura de informações, uma enchente de emoções, não da pra passar para um papel, as letras não combinam para formar palavras para definir o que eu sinto.

Esse ano eu perdi tantas coisas... Mas coisas que eu sempre julguei essenciais em minha vida que chegou uma hora que eu me perdi nessas perdas, redundância? Quem disse que não! Aconteceram tantas coisas patéticas esse ano, que eu não queria nem comentar, mas eu sinto que existe essa necessidade de falar, algo me diz que eu preciso ao menos tentar extravasar.

Eu me submergi na realidade. Eu não me reconheço ás vezes, e isso pode ser bom. Eu li no twitter de um amigo que ás vezes quando nos colocamos do avesso pode ser que nos encontramos mais ou menos isso que estava escrito. E pode ser esse rumo que minha vida esta tomando. Essa não é a Aryana, mas se é ela que esta ai, então vai ela mesmo.

O que tenho certeza é que mudei e não sei se esta notável essa mudança, ontem falei com minha madrinha e ela disse que até por ser, mas outras vezes sou eu mesma que estou aqui. Pode ser que por algum instante tive um momento de alivio, ou não. Talvez eu queria ter matado aquela menina e ter feito o parto de uma mulher. Ou não de novo. Sei lá ao cubo. Sim, mais uma vez essa mistura de sentimento toma conta de minha mente.

Esse ano foi tão confuso não? Começou até que bem, ao do nada ele resolveu chamar atenção, que carência né? Seria essa a palavra? Não sei... Eu até gostava do ano de 2010, eu achava ele simpático coisa e tal, nunca tive nada contra ele. Aliás, eu acho que até segui meus costumes na virada, fiz minhas simpatias, pulei com o pé direito na virada, fiz a dança da lentilha, tomei meu champanhe e joguei o resto pra trás, passei com grana no bolso, fiz pedidos, pensamentos positivos, passei com aquela lingerie de cor especial, entre outras coisas, sim... Tudo isso e um pouco mais! Claro, todo ano dá certo e por que esse não daria não é? Claro que ficaria bem, eu teria um ano lindo, com paz, amor, saúde e dinheiro, pronto seria feliz e até 2011!

Pois, não foi bem assim, e como isso foi dolorido. E parece que levou algo de mim, e levou de certa forma. Levou coisas que eu sei que não posso ter nunca mais, outras eu pude me proporcionar a ter, outras quem sabe o tempo me trará, outras ficaram na lembrança. Certas lembranças ficaram quietas, outras insistem em voltar.

Em maio minha vida teve aquela grande mudança. Eu passei dias presa em um local que no começo não era agradável, não que depois se tornou agradável, mas é que as pessoas o tornou. Eu fui acolhida com um carinho tão bonito, de uma forma tão singela que a minha hospedagem por aquele local se tornou mais leve. E hoje eu analisando nem me lembro dos dias ruins só dos bons. Pode ser super estranho, mas eu chorei e senti saudades dos dias que eu estava lá, sim, isso aconteceu. Mas, sabe quando as pessoas te tratam bem? E você se sente acolhida? Era assim que acontecia.

Eu passei 40 dias no hospital e conheci anjos. Eu conheci anjos de branco, anjos de marrom, anjos de rosa, anjos de roupas normais... Aliás, de todo tipo. Era aquelas meninas que iam limpar o quarto com aquele uniforme rosa, que ficavam conversando comigo e me fazem rir com cada história. Eram aquelas outras de marrom que levavam aquele tão famoso frango que não agüentava mais, no entanto ele era fiel, toda hora no almoço estava presente. Era aquelas meninas e meninos de branco com um sorriso, abraço e uma palavra que faziam toda a diferença.

Alias, foram eles que fizeram toda a diferença. Eu precisaria de muitas linhas, parágrafos, e mesmo assim acredito que não daria para dizer o quanto cada um foi especial em minha vida. Era aquele que entrava no quarto só para contar uma piada. Aquele que ia só para ligar a televisão na rádio e ficar fazendo palhaçada. Era aquele que ia só para “pilotar” a minha cadeira de banho. Aquele que ia para me tirar da cama. Aquele que ia só para conversar. Aquele que ia só para me colocar em pé. Aquele que ia só para me dar com bom dia. Tinha aquela que ia só para saber aquela fofoca. Aquela que ia só para me falar algo legal. Aquela que ia só para saber como eu estava. Aquela que ia para me dar bronca. Aquela que ia para me dar só um abraço. Ahhh... Tiveram tantos!!! Os anjos de brancos, eu não posso explicar como foram sensacionais e como é inexplicável a importância deles em minha vida e em minha recuperação principalmente. Eles fizeram toda a diferença. E eu queria poder agradecer a cada um deles.

Sabe, eu aprendi desde pequena que a gente precisa fazer o que a gente gosta, que assim a gente faz bem feito. E eu aprendi dentro daquele hospital que isso é verdade. Aprendi com os anjos de branco que isso é verdade. E mais, eu aprendi com um anjo que nem gosta muito de usar branco, ele gosta de usar preto. Eu aprendi que quando temos fé, o resto é conseqüência. E eu aprendi também com outro anjo que vive de branco que ás vezes é preciso fazer escolhas, e nem sempre é possível fazer o que esta escrito nos livros, por isso precisamos usar o bom senso. Ela e ele me ensinaram que vale a pena lutar. E a eles eu devo a minha vida. =)

Ahhh... Esse ano foi tenso né!!! Eu aprendi e desaprendi tantas coisas... E quer sabe? Nem me deram tempo de ensaiar. Foi muito rápido esse período. Foi muito ligeiro. Falaram, “vai lá Aryana esta na hora de crescer”. E deu um choque cultural, temporal, hormonal, e sei mais lá o que na pessoa aqui. E juro que estou tentando me recuperar. Eu fui até careca esse ano, eu aprendi a andar, falar, e estou tentando me entender com os números ainda. Foram muitas, muitas coisas mesmo em pouco tempo! Eu sei que fui bebê e adulta! Mas, que continuo sendo uma criança e do nada surge uma mulher. É... Não tente entender, nem eu mesma arrisco.

Hoje eu penso que tudo foi aprendizado, um pouco puxado, mas foi. Eu tento tirar proveito das coisas agora. Eu aprendi a ter paciência, afinal eu vi minha vida a ser confiada por efeitos de remédios e eu nada poder fazer a não ser esperar. Eu vi que depois que deixamos de respirar por alguns instantes enxergamos a vida de maneira diferente. Hoje eu sei o valor da vida, ou não, isso é algo relativo. Tem horas que eu me esqueço de tomar os remédios e eu e levo bronca do tipo: “quer passar por tudo aquilo de novo?” Ai eu paro e penso... “Aquilo? O que mesmo?” Foi fichinha!!!! HAHAHA!

Sim... Dizem que nada é pesado para quem tem asas, as minhas são as mais firmes, fortes e mais, mãe me desculpa! Mais, a mais fod@! Eu tenho Deus em minha vida, eu tenho a melhor família por mais que seja cheia de acontecimentos que só os Lobos entendem, eu tenho os melhores amigos, eu tenho os melhores médicos, eu tive a melhor equipe que cuidou de mim. E dessa equipe tem uma que esta no céu agora, que de tão boa Deus quis ela com Ele! Eu estava falando com meu médico neurologista e eu reclamei desse ano e ele disse que não era pra eu pensar assim, e que era pra eu pensar que esse ano foi o ano da “vitória”, que eu venci! E foi né?! =)

E que venha 2011!!! \o/ Que esse promete, por que nele eu vou.... SER FELIZ!!! *-*[Não faço mais tanto planos.. Agora deixo a vida acontecer!!!]

2 comentários:

N. disse...

Amiga! Sim, no final de tudo foi uma vitoria!Que lindo o que vc falou sobre tudo! Sobre os 'anjos de branco'.. Vc tem talento amiga... continue nunca desistindo de vc mesma nem da sua vida e da sua felicidade! Te desejo um otimo 2011 tmb!!!! Pode contar sempre cmgo! Saudade ,)

Aryana Lobo disse...

Ahhhh amiga! Você é e foi uma dos anjos de branco mais lindos daquele hospital!!! =) E com certeza foi uma das responsáveis por eu estar aqui hoje! Obrigada por ter feito a diferença!!! =DD (L)Saudades!!!!