Um dia recebi o diagnóstico que estava com um coágulo no
coração, algo relacionado a válvula que estava escrito no diagnóstico, ou seja,
meu coração estava maior do que deveria estar. Tinha uma senhora que trabalhava
no hospital que costumava dizer o seguinte: seu coração cresceu por excesso de
amor! Não existe mentira nesta
afirmação, tendo em vista que - sempre amei demais! E não digo relação
homem/mulher e sim, o amor e, suas infinitas definições! Amo a magia de amar, por mais ingrata que ela
seja, na maioria das vezes.
Mas esse texto é voltado ao amor mais louco e irracional que
possa existir, esse mesmo que costumamos perder toda e qualquer noção existente
em nosso cérebro. Engraçado, porque escrevo enquanto escuto enlouquecidamente a
música “When I Was Your Man”, do Bruno Mars, não me perguntem o porquê, mas a
cena é essa.
Hoje quero falar de anatomia! Sempre pensei que estudar anatomia era a
coisa mais fácil de se fazer, até confundir as válvulas do coração na hora do
"troca". Para quem não sabe, experimenta ficar em uma prova e testar
seus conhecimentos, viajar na maionese, pensar na manhã anterior, na prova que
tem daqui a pouco, na nota ferrada que recebeu, em tudo que precisa estudar,
que precisa trabalhar, que vai se ferrar nessa prova também, prestar atenção no
coleguinha, procurar a estrutura apontada, achar a mesma, buscar no cérebro a informação,
pensar em que vai escrever e aí sim, escrever na folha, tudo isso em um minuto! Precisa de muito talento, por mais que eu
tenha e, eu tenho (desculpa a humildade) não é fácil!
Citei a prova de anatomia porque é uma comparação fácil para ter base da minha vida amorosa. Vi meu coração pelo ecocardiograma, e ele
estava lindo! Tudo em seu devido lugar! Uma semana depois ele estava fora de
ordem, batendo descontroladamente, gigante e querendo sair de pela boca, quase
que literalmente.
Essa sou eu! Uma monta-russa de emoções. Quem não conhece, não vai entender metade do
texto, quem conhece já sacou metade dele! E por ai vai...
Lutei muito para expor esse tema aqui no blog, mas não tem
momento certo para “chutar” o balde, né?! Comecei a namorar muito nova, algumas
vezes achei que foi um erro, outras tive a certeza que foi uma das escolhas
mais sensatas que tive na vida. Até hoje não tive certeza ainda. Só sei que
aprendi muito. Errei também.
Quando acabou o namoro a única coisa que tinha certeza era
que queria e precisava viver a vida. Foi aí que tudo começou. E se você achava
que o texto tinha começado, era ilusão. Ele começa agora!
Descobri um mundo de oportunidades aqui do lado de fora.
Descobri que podia sair e me divertir sem precisar me preocupar em dar
satisfação para ninguém mais, além da minha mãe, que podia sair e conversar com
qualquer pessoa sem medo de ser repreendida, afinal eu sou uma comunicóloga e,
é para isso que vim ao mundo, para me comunicar com todos. Aprendi que se eu
quero ir para o norte eu posso ir para o norte sim, independente de vontade
alheia, e isso é fascinante.
Aprendi a sair sozinha pela madrugada, aprendi estacionar
sozinha e não ter medo do escuro, aprendi fazer amizade com os flanelinhas por
mais que um deles já tenha me sacaneado, aprendi a fazer amizade com os garçons
e eles são ótimas companhias, aprendi tantas coisas nessas noitadas que não dão
para listar, mas o mais importante é que eu aprendi a me virar sozinha. Aprendi
que quando eu não tenho bolso, eu me viro no gancho da chave mesmo, e por ai
vai.
Depois de um tempo a gente vê que é só questão de adaptação,
todo ser humano se adapta a tudo. Mas, eu também aprendi que a gente se ilude
em uma noite, a gente ilude em uma noite. A gente se “apaixona” em um olhar, a
gente deixa alguém “apaixonado” com um olhar. É engraçado...
Dia desses eu estava conversando com minha mãe e minha
madrinha sobre relacionamentos e etc. Elas sempre me cobram o por que eu não
namorar novamente, estou solteira há quatro anos. Eu disse porque eu não quero.
Não tem resposta mais simples.
Neste tempo eu já tentei me apaixonar, já quase consegui uma
vez. Diria que cheguei bem perto. Fiquei bem balançada, mas o medo não deixou
eu continuar. Teve outra vez que quase tive um relacionamento. Aliás, desses
quatro anos só teve uma vez que quase me apaixonei e outra que quase assumi um
relacionamento. Das outras vezes eu só tinha aquele gostinho de dizer que “gostava
de fulano”. Aquelas paixonites rápidas.
O problema do ser humano é que a gente se apaga no gostar. A
gente não gosta da pessoa em si, e sim no gostar de gostar, entendeu? A maldita
carência, o medo de ficar sozinho e etc. De todas as vezes eu dizia para as
minhas amigas que estava gostando de fulano, mas logo passava. Deve ser
bloqueio, medo, insegurança, sei lá, chamem do que quiserem. O problema
realmente é comigo. Confesso que já fui cretina – não sei se essa é a palavra
certa, mas já iludi alguns meninos, mas não tive culpa. Aliás, a gente não tem
culpa por não se apaixonar pela outra pessoa, seria fácil mandar no coração: se
apaixona agora, coração! Vai, meu filho, ama fulano e seremos felizes! MERA
ILUSÃO!
O lance é o seguinte: conversando com elas (madrinha e
mamis) falei a verdade. E a verdade é dolorida. Não sei se tenho tempo, coragem,
paciência e jeito para ter alguém ao meu lado. Disse à elas que não quero
ninguém. (Mesmo negando as evidências e disfarçando as aparências que no fundo
todos nós queremos alguém).
Mas, meu coração já foi tão machucado anatomicamente quanto
fisicamente que ele tem medo, meu cérebro é esperto também. Eles andam se
comunicando e, muitas vezes, não se entendem, mas tentam! E sempre chegam a
conclusão que é melhor continuar assim, sem ninguém pra colocar nessa
enrascada, afinal a história toda é tão longa, precisaria de tanto tempo para
contar e colocar tudo em ordem...