19 de fevereiro de 2013

Tantos sentimentos...


É que bate um medo, sabe? Eu sei que faz muito tempo que não venho por aqui expressar o que está se passando dentro do meu coração, mas é que ás vezes não conseguimos expressar o que nem nós entendemos...
Ano passado foi bom, aliás, foi muito bom! Aconteceram tantas coisas, desde a entrega do meu canudo até a decisão de arriscar com uma empresa.  Gente, eu cresci, e de repente eu me deparei com uma saudade de ser criança e não precisar se preocupar com coisas de adulto... Como dizem: joelho ralado dói menos que coração partido...
Arrisquei tanto no ano passado... Tantas coisas que se foram por medo e outras consegui enfrentar e ter orgulho de mim mesma.
Hoje estou aqui pensando - ano novo e novos planos em mente, mas até que parte conseguimos mandar no nosso destino? E quando ele decide se virar de pernas para o ar e ainda fazendo cambalhota?
É complicado... A gente sempre acha que está a frente de nossas decisões até que de repente se pega imóvel, incapaz e de mãos atadas para tomar qualquer passo à frente.
Em maio de 2010 quando o médico disse que eu ficaria em torno de 20 dias no hospital eu me revoltei, e acabei ficando mais de 45 dias. Agora em fevereiro de 2013 a cena se repete... Eu internei e o médico disse 10 dias no mínimo.
Tem noção de como isso soou em meus ouvidos? Imagina como eu me senti a coisa mais sensível desse mundo? E em seguida ele dispara: você só sai daqui operada.
Pronto! O filme começou a passar em minha mente novamente... E o destino mais uma vez quis brincar com meu psicológico e eu parei exatamente no mesmo quarto da primeira vez... O cheiro era familiar, o lugar eu conhecia bem, mas deu uma sensação que por mais que eu escrevesse mil palavras não seriam suficientes para expressar o que eu senti...
Mais uma vez resolvi enfrentar, cada agulhada que eu recebia parecia que o filme estava se repetindo, mas não podia... Eu tinha escolhido outra vida e outros planos faziam parte dela, até mesmo outras pessoas.
A única pessoa que sempre aguentou tudo e todos a qualquer momento mais uma vez estava ao meu lado, ela é minha joia mais preciosa... Minha mãe, e foi ela que eu deixei depois de 5 dias internada sozinha naquele quarto... Foi quando me levaram para o centro cirúrgico!
Lágrimas escorreram pelos seus olhos e o técnico de enfermagem disse: calma, daqui a pouco eu trago ela de voltar.
Um filme representaria bem o momento, sabe quando o paciente anda pelo corredor do hospital de maca e só faz o barulho das rodinhas?  Vai passando pelas placas e um sentimento inexplicável atingia meu peito.
Chegou a hora – meus braços ficaram na famosa pose de cruz, com equipamentos em meu peito e amarraram minhas pernas, como se fosse possível eu fugir.
Acordei com a certeza que eu consegui passar por mais essa etapa dolorosa de minha vida.  Com uma dúvida, até quando esses acordos mal acabados entre o meu destino e eu, vão continuar interrompendo meus planos?
Em agosto de 2010 eu entrei para o mesmo centro cirúrgico e retirei o útero, agora em fevereiro de 2013 eu retirei a vesícula. E aí que fica uma insegurança, eu não deixo o lúpus tomar conta de mim e muito menos de meus pensamentos, mas sabe aquele medinho? Aquele receio que ainda pode não ter acabado... E me vem uma revolta, uma revolta sem fim.
Agora estou deitada há menos de uma semana da cirurgia, eu sinto dores, mas, sei que elas vão passar... Pelo menos isso eu tenho certeza! No mais, eu não me arrisco a falar, eu só consigo pensar que definitivamente precisamos viver o hoje, porque até o mais tarde se torna incerto.

Bem-vindo 2013! =) 

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